Meu narrador

Eu sou o novo e o velho. O começo, meio e fim da minha história, da história da minha mãe, dos meus amigos e inimigos, até mesmo daquele desconhecido que cruza comigo no corredor do supermecado ou daquela que se esbarra comigo na balada e derrubamos o drink um do outro. Eu escrevo em linhas certas uma narrativa torta, cheia de tropeços, tentativas, acertos, vitórias, derrotas e dúvidas. Eu sou meu vilão, meu mocinho, meu super-heroi e meu personagem de animação. Sou responsável em me esquivar da tentação da maçã envenenada, da luxuria do espelho meu, do sopro do lobo ao derrumbar minha moradia e, até mesmo, do cripitonita que tentará me derrubar. Porque eu sou responsálvel pela minha salvação, pelos meus erros e acertos, pelo aprendizado e pela insignificância dos fatos, pelo mérito e pela culpa. Eu sou um narrador, narrador-observador e narrador-personagem de tantas histórias que, se forem contadas, será narrada somente uma: a vida na terra.

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